Em diversas partes do planeta está esquentando a discussão sobre mudanças nos rótulos de alimentos. Em diversos países as agências oficiais já estão agindo para deixar este tipo de informação menos confusa para o consumidor. O objetivo é deixar o consumidor final o mais ciente possível dos ingredientes na hora de fazer sua escolha.
Modelo de Advertência
Entre as diversas correntes mundiais, um modelo que se destaca é o de advertência.
Este modelo se baseia em mostrar na parte da frente do rótulo a presença de ingredientes que se consumidos em excesso podem causar problemas de saúde.
O mais comum é a indicação de sódio, gorduras e açúcares.
Influenciando em escolhas mais saudáveis
O modelo de advertência faz o consumidor fazer escolhas mais saudáveis, evitando enfermidades crônicas não transmissíveis, como diabetes e problemas do coração.
Diversos estudos foram realizados no Brasil para provar essa tese. Uma pesquisa realizada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e com a Universidad de la República do Uruguai provou no começo de julho que o modelo de advertências é o mais indicado para melhorar a saúde pública.
O estudo mostrou que advertências em preto chamam mais atenção e se destacam do resto da embalagem. Assim como símbolos já conhecidos de perigo e atenção como octógonos, círculos e triângulos.
Rotulagem no Brasil
A Anvisa é a agência responsável por regulamentar e atualizar a rotulagem no Brasil. Em 2014 começaram as discussões para possíveis mudanças. Em dezembro de 2019 foi encerrada uma consulta popular sobre o tema. Nela a população poderia opinar sobre o melhor modelo de rotulagem a ser instaurado no país.
Até o momento deste post, a análise não foi publicada.
Modelo proposto pela Anvisa
O modelo de rotulagem frontal indicado pela Anvisa tem uma lupa como sinal de atenção e pode incluir mais de um ingrediente no mesmo selo. Já no Modelo de Advertência, caso o alimento tenha altos índices de gorduras, açúcares e sódio, por exemplo, devem constar 3 selos no seu rótulo frontal.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), junto com diversos outros especialistas, questiona o método da Anvisa. Não existe nenhum comprovante científico da superioridade da lupa em relação à rotulagem de advertência.
Questão Coletiva
A mudança na rotulagem é uma questão coletiva que deve ser resolvida com extrema urgência. O Brasil tem 56% da população com excesso de peso e 7% que sofre de algum tipo de diabetes.
Em tempos que a saúde pública está em pauta, a cobrança de avisos mais claros e precisos deve ser um dever do cidadão e obrigação dos órgãos reguladores.